Três artesanatos fáceis e diferentões que irão inovar seu ambiente

Por Lara Castagnolli

Cansadxs dos quadros de frutas da vovó que estão pendurados na sua casa desde antes de você nascer? Vamos sair do típico! Não, não, precisa jogar o quadro fora, mas cá entre nós, tá na hora de aposentar, né?

Vem comigo que é sucesso:

Artesanato number one: Quadro com plantas prensadas.

Esse é facílimo e maravilhoso! Deixe que a mãe natureza trabalhe por você…

Nível de habilidade manual: 0

Show né? Vamos aos materiais:

  • Uma moldura com dois vidros;
  • Um ramo roubado da samambaia da vovó;
  • Um livro beeem pesado.

Procedimentos:

  1. Coloque o ramo da planta entre duas folhas sulfites e coloque o livro sobre elas, deixando-o por aproximadamente cinco dias.
Legenda: O nome dessa plantinha é Renda-Portuguesa (Davalia fejeensis).

2. Após perceber que o ramo secou, posicione-o entre os dois vidros da moldura e feche.

Moldura com dois vidros com as laterais feitas de pinus.

Este foi o que eu fiz, espero que sirva de inspiração. : )

3. Abuse da criatividade! Não precisa ser feito com apenas uma espécie de planta, faça aquela boa e velha mistureba! Adicione flores, folhas, insetos, papéis com frases legais, cartas de amor (menos as do ex rs)

Artesanato number two: pratos pintados, desenhados, escritos, psicografados, etc…

Nível de habilidade manual: 5 (exige um pouco de estabilidade para fazer os traços)

Bom, esse artesanato que irei mostrar a vocês é bem a cara da vovó, e voltou com tudo para deixar a parede bem diferentona. Que tal sair um pouco da estética cliché dos quadros retangulares e adicionar mais círculos à decoração? Pratos de cozinha? SIM!

Materiais:

  • Prato branco (velho ou novo);
  • Canetas para porcelana. Sim, elas existem e facilitam a vida de pessoas que têm dificuldade para usar pincel (como eu rs).
  • Lápis B6 ou B8 (algum que tenha alta capacidade de marcação)

Procedimentos:

  1. Limpe bem o prato
Utilizei um prato redondo de sobremesa, mas você pode utilizar qualquer prato com qualquer tamanho e formato.

2. Pense em algo para desenhar e escolha as cores:

A caneta utilizada foi a Compactor para porcelana e vidros temperados.

3. Trace o desenho, a frase ou a palavra que desejar sobre o prato utilizando o lápis:

As linhas vão ficar bem claras, por isso aconselho vocês a fazerem em algum lugar que tenha bastante iluminação, para que seja possível enxergar com clareza o que foi feito.

4. Comece a preencher da forma que achar mais adequada:

Para este desenho, utilizei pontinhos, pois acredito que trata-se de uma técnica que facilita a identificação de luz e sombra do desenho, dando certa profundidade.

E SE EU ERRAR? AAAAAAA – Calma, respira… é só passar a pontinha de um pano úmido.

5. Novamente, abuse da criatividade!

Sou fascinada por cores, acho que deu pra perceber rsrs.

6. Deixe o pratinho secar por 24 horas.

Não desanime! Enquanto isso, vá fazer o artesanato que vem a seguir…

7. Hora de queimar!

QUE?! COMO ASSIM?

Exatamente! Só assim a tinta em sua peça irá durar bastante.

                 Leve sua peça ao forno e deixe-a por aproximadamente 90 minutos a uma temperatura de 160 graus célsius.    

8. Pendure-o ou posicione-o sobre uma superfície.

Você pode pendura-lo na parede utilizando um suporte como este:

(Fonte: Pinterest)

Ou, como este, sobre alguma superfície:

(Fonte: Pinterest)

Artesanato number three: painel de macramê.

Nível de habilidade manual: 3

Quem não ama um macramê? Essa técnica de tecelagem manual é bem fácil, dependendo de suas pretensões… Vou mostrar para vocês como fazer um único nó que pode ser o primeiro (e até único) passo para embarcarem na vida de artesãxs. O “nó quadrado” é extremamente fácil de ser feito, mas para pegar o, jeito precisa treinar.

Materiais:

– Um pedaço de madeira natural ou tratada (pode ser um cabo de vassoura, sem problemas)

– Linhas cortadas com aproximadamente 4 metros de comprimento (de preferência grossa, para que o resultado final saia mais rapidamente).

  1. Pegue a madeira e amarre um fio em suas extremidades.

3. “Dando nó” rsrs:

Esta é uma sequência de nós quadrados, os queridinhos mais versáteis do macramé!

2. Posicione os fios um ao lado do outro dobrando-os ao e passando suas pontas pela “barriga” formada ao longo da madeira.

Utilizei uma peça que estava quase finalizada para mostrar.

Mão na massa (ou melhor, nos fios):

A) Separe quatro fios (para o macramé, na maioria das vezes, usamos 4 fios para fazer um nó).

C) Pegue aquele da outra ponta (que ficou embaixo do que estávamos manuseando) e passe por dentro da barriguinha do “quatro” que havíamos feito.

E) Passe por dentro de novo e puxe:

G) Continue a sequência criando triângulos, losangos, quadrados… O que você quiser! 

B) Pegue um da ponta (direita ou esquerda) e passe por baixo dos dois centrais e por cima do último da outra ponta, como estou fazendo na foto:

D) Puxe as pontas soltas e repita o processo, mas agora, de forma invertida! Comece pelo fio que passou pela barriguinha:

F) Pronto, nó quadrado feito!

Coloque em algum lugar que fique legal J (se preferir, pode cortar as pontas):

Eu preferi deixá-lo com as pontinhas desiguais mesmo, achei que combinou!

E você, o que achou? Gostou das dicas? Espero que tenham sido úteis e que tenham servido de inspiração para renovar seu ambiente.

Ah, você também pode fazer uma bela de uma “mistureba”, adicionando todas as artes sugeridas em uma única parede, brincando com texturas, cores e formas diferentes! Eu amo…

O meu ficou assim! Uma bela “mistureba”, do jeito que eu gosto. : )

Espero que tenham gostado das dicas! Beijos, Lara. :*

3 pontos para se pensar sobre o Black Friday – Racista ou não?

Olá, gente, Thiago Medrado (@thiagomedra), em pleno fervor dos descontos – Ler-se, aqui no Brasil, pela metade do dobro – resumir para vocês assuntos que vem sendo discutidos desde meados de outubro envolta da Black Friday levar vocês a discutirem o consumo.

“Black Friday” é um termo racista?

Abra seu Twitter porque é hora de militar, ou não! Isso porque apesar de muito ter se espalhado, principalmente por algumas empresas, não existe um consenso acerca da origem do “Black” da “Black Friday”. Acontece que nos Estados Unidos o “Black” tem uma leitura positiva ou seria equivalente no vocabulário econômico aqui do Brasil ao “estar no azul” ou seja o mercado ludibriava os consumidores dizendo que estavam bem – no azul ou no “black” – e vendiam o Stock a preço de custo para não se endividar.

Desconto inacreditável! Como?

A verdade que ninguém te conta é que os descontos que muitas vezes recebemos estão sendo descontados das contas de alguém – E não é das empresas. É comum, principalmente em “fast shops” encontrar preços quase inacreditáveis e sim você irá receber seu produto, o problema é que quem o produziu não estará recebendo o que devia. É bastante comum casos de escravidão circulando algumas empresas com esses “Super descontos”.

Tricoteen e a Black Friday!

Sou consumidor da marca igualmente a vocês, no entanto com o privilégio de ter um contato mais a fundo com o que é produzido – De forma segura e responsável aliás – E usei da oportunidade para questionar porque não de uma “Black Friday”. E fiquei super convencido, diante também de provas concretas e histórica de como as lojas articulam essas promoções no Brasil. A tricoteen tem uma política super coerente sobre consumo e também trabalha uma política de preços onde o produto sai diretamente o conceito de desconto no Brasil, acontece o ano inteiro.

Espero que estejam servidos diante de tanta informação, que separem um espaço para comprarem o que realmente é necessário e que – Realmente está em promoção – no fim separei alguns itens da tricoteen que tem valores que nem a “Black Friday” bate e que foram feitos com responsabilidade em todos os seus processos. Estarão disponíveis em um guia, nova ferramenta do Instagram no próprio Instagram da marca, até lá – Boas compras.

Como o Blackpink se tornou o Grupo de K-pop fashionista

Por Caíque Jota

Eu não sei vocês, mas eu nunca fui muito ligado em K-pop, mas depois de assistir o documentário “Blackpink: Light Up the Sky” da Netflix, eu simplesmente me apaixonei pelas meninas do grupo. Como eu amo conhecer novas culturas e novas formas de consumir arte (moda, musica e etc), eu fui estudar um pouco sobre essa cultura, para entender a trajetória delas e também entender como elas se tornaram o Fashion K-pop Group.

Três das meninas foram escolhidas pela LVMH para servir como embaixadoras em todo o portfólio de marcas de luxo do grupo Francês. Jisoo atua como embaixadora da Dior Beauty, Lisa representa a CELINE como embaixadora global e Rosé foi anunciada como a face global da Saint Laurent. A líder do grupo, Jennie Kim, carinhosamente apelidada de “Chanel humana” pelos fãs, cuida das funções de embaixadora da casa de Chanel. Mas como o BLACKPINK se tornou o grupo K-pop da moda?

Antes de responder a essa pergunta, vamos entender como o K-pop surgiu? A indústria da música K-pop faz parte do que agora é comumente referido como “Hallyu Wave (Korean Wave)”, cunhada pela primeira vez pelo Ministério da Cultura e Turismo do país e nascida da crise financeira asiática de 1997. Apesar de ter se transformado de uma nação devastada pela guerra na décima primeira maior economia do mundo, a Coreia do Sul foi uma das economias particularmente afetadas pela crise. O país foi beneficiário de um empréstimo de US $ 58,4 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) como parte do programa da organização internacional para ajudar a estabilizar as moedas da Ásia, mas a dívida externa impressionante como resultado do empréstimo empurrou a Coreia do Sul para trás em uma nação em crise.

Com as medidas de reestruturação postas em prática pelo FMI como parte do acordo de empréstimo, a economia da Coreia do Sul mudou-se para o setor de entretenimento para se reconstruir. Novelas, filmes, jogos, indústrias de animação e música coreanas na forma de K-pop do Hallyu Wave introduziram um novo conceito de cultura popular transnacional. No primeiro trimestre de 1999, o crescimento do PIB da Coréia do Sul havia subido para 5,4%, o que, junto com a pressão deflacionária sobre a moeda, levaria a um crescimento anual de 10,5%, permitindo ao presidente Kim Dae-jung declarar a crise sobre o mesmo ano.

O fluxo cultural inicial do K-pop para os países vizinhos foi inicialmente considerado uma moda passageira. Mas a indústria explodiu graças às empresas de entretenimento que adotaram a tendência no início, como SM Entertainment, JYP Entertainment e YG Entertainment.

Fundada em 1996 pelo ex-CEO e membro do grupo de K-pop de primeira geração Seo Taiji and Boys, Yang Hyun-suk, a YG Entertainment em particular se tornou uma potência na indústria musical local. O grupo desenvolveu a icônica boyband Big Bang e o girl group 2NE1, que liderariam a continuação internacional do Hallyu Wave. Informado pelo sucesso de seus grupos estabelecidos, YG procurou construir em sua notoriedade internacional e experiência com BLACKPINK para liderar sua contribuição para o fluxo de 3ª geração do K-pop.

Jennie, Jisoo, Lisa e Rosé da BLACKPINK se tornaram a escolha do mundo da moda graças em grande parte ao apelo global com curadoria da YG Entertainment. Escolhidas por meio do programa de trainee da empresa (inclusive achei esse programa um tanto desumano, isso pode ser assunto para outro dia), as quatro se destacaram por seus talentos e personalidades individuais, que foram aprimorados como uma equipe.

O BLACKPINK difere de outros grupos de K-pop por ter apenas quatro membros, que também lideram o processo de composição e participam ativamente do desenvolvimento de sua coreografia. Mais recentemente, Jennie e Jisoo estiveram envolvidos na composição de “Lovesick Girls” do álbum, com Jennie também participando da produção da música.

Além disso, a YG Entertainment utilizou um grupo consumado de artistas e profissionais internos, incluindo TEDDY, Danny Chung, Vince, Bekuh BOOM, R.Tee e mais para criar o distinto som internacional do BLACKPINK. A música criada foi reconhecida tanto por fãs quanto por artistas globais como Lady Gaga, Cardi B, Selena Gomez, Ariana Grande e David Guetta, todos os quais contribuíram para o albúm de estreia do grupo.

Ajudando Jennie, Jisoo, Lisa e Rosé com o olhar da moda está o Stylist do BLACKPINK, Choi Kyung Won. Choi, que trabalhou com o grupo desde sua estreia, explicou sua estratégia em uma entrevista ao WWD: “É minha visão criar uma ideia realmente diferente com o visual delas para estar no em evidência na moda feminina na Coreia do Sul – para criar um novo marco.”

“O grupo é mais querido por quem segue a moda. Elas são para uma pessoa que sabe … BLACKPINK é mais para pessoas que apreciam estilo ”, explica ela. Este elemento do estilo do grupo é documentado pelas contas do Instagram, @blackpinksstyle e @blackpinkcloset, que possuem 414.000 e 191.000 seguidores, respectivamente, e detalham os looks da Stylist do grupo para fãs poderem “replicar” suas roupas. Fornecendo uma visão em primeira mão do poder de venda das meninas, Choi revelou que as marcas patrocinam os “looks de aeroporto” das meninas – uma ocasião única em que as estrelas do K-pop são fotografadas por paparazzi – “designers viram suas vendas aumentarem, então eles agora estão ansiosos para trabalhar com elas. ”

Finalmente, ao contrário de outros grupos de K-pop, Jennie, Jisoo, Lisa e Rosé também gerenciam suas próprias contas no Instagram, que servem como portas de entrada para os fãs se conectarem com os artistas que falam principalmente inglês. Juntos, os membros do BLACKPINK possuem 132 milhões de seguidores por meio da plataforma, representando seu alcance internacional.

As marcas de moda encontraram maneiras de usar isso a seu favor; mais recentemente, o Instagram de Jennie foi amplamente usado na promoção de sua colaboração “Jentle Home” com o nome de óculos sul-coreano Gentle Monster.

Como a crescente prevalência da mídia social ajudou a mudar a noção da interação entre as culturas pop globais e locais, o Instagram ofereceu uma plataforma para os membros do BLACKPINK se expandirem para além da Ásia, o maior mercado cultural para as indústrias culturais coreanas. Eles conseguiram encontrar pontos de apoio na América do Norte, Europa Ocidental e América Latina, regiões que agora abraçam ativamente a cultura popular coreana.

Com o lançamento do “The Album” acompanhado do documentário da Netflix Light Up the Sky, que chegou no dia 14 de outubro, o futuro do BLACKPINK só parece mais brilhante. Conforme Dior, CELINE, Saint Laurent e Chanel continuam a alavancar o apelo internacional de Jennie, Jisoo, Lisa e Rosé, podemos esperar vê-los aparecer em mais campanhas, eventos de semana de moda e até mesmo realizar colaborações. Mas, assim como o BLACKPINK fez sua primeira incursão no mundo dos jogos com o PUBG Mobile, setores cada vez mais inesperados estarão esperando que o grupo ajude a gerar impacto global.

Tricoteen – Quem está por trás do que você veste

Por Bárbara Mandarano

Dando sequência a série que conta um pouco da historia das nossas colaboradoras e colaboradores, aqueles que estão por trás das câmeras na cadeia produtiva da moda, hoje vamos falar da profissional mais conhecida e essencial da área de moda: a costureira.
O vídeo de hoje é dedicado a Rosangela da Silva Santos, mais conhecida como Rosa, 46 anos, costureira overloquista há quase três anos na Tricoteen.

Rosangela da Silva Santos, 46
Costureira

Confira tudo sobre a história de Rosa na Tricoteen, no vídeo abaixo:

A Moda Como Ferramenta Política

Por Bárbara Mandarano

Atualmente a moda vem desenvolvendo relações com questões políticas e sociais, refletindo, repensando as estruturas da sua indústria, levantando bandeiras e representando lutas das minorias e grupos políticos.

Ainda assim a moda tem um histórico tumultuado, com envolvimentos em escândalos no que diz respeito a exploração de trabalho, questões ambientais, invisibilidade e exclusão de grupos sociais, o que coloca toda sua politização em questionamento. Mas como tudo tem dois lados, vamos reforçar aqui o que temos de positivo e usar essa ferramenta tão grandiosa de comunicação pra trazer o dialogo que a moda pode nos proporcionar com as micro políticas.

É essencial fazer micro políticas na moda, começando pela cadeia de produção através da transformação nas suas relações trabalhistas e a exploração de recursos naturais, por exemplo, isso já é um primeiro e grande passo.

Não colaborar com marcas que financiem o trabalho escravo e sim que valorizem o trabalhador que esta por trás da produção daquelas roupas, sempre procurar se informar de onde estão comprando suas peças. A micro política esta no simples fato de produzir sua própria roupa, participar de trocas, feiras, brechós e acima de tudo promover sempre o dialogo.

A moda é uma ferramenta de comunicação e além disso movimenta grande parte do mercado financeiro do nosso país e do mundo. Como não inclui- lá como objeto político institucional? São os pequenos diálogos que vão trazer as grandes mudanças que a moda precisa e afastar este estereótipo raso e rodeado por futilidades que a permeiam.

A Moda Sustentável é para os Privilegiados, uma reflexão:

Por Caíque Jota

Eu sempre defendi a Moda Sustentável acreditando ser extremamente possível para qualquer um consumir isso na moda nacional. Acreditava que essa forma de produção seria o foco de um futuro próximo. Culpem a minha ingenuidade, porque foi ela que fez com que eu não enxergasse diversos aspectos que tornavam a Moda Sustentável inviável para uma quantidade absurda da população brasileira.

Vamos começar do começo. Moda Sustentável, por definição, é uma vertente de fabricação de roupas que visa não causar impactos ao meio ambiente ou minimizar esse impactos. Geralmente a fabricação de peças em uma marca de moda sustentável utiliza materiais que são menos agressivos ao mundo, como o algodão (orgânico ou não). Além, claro, se produzirem de uma forma ética, valorizando seus colaboradores e também seus fornecedores de matéria prima. Tudo isso é o que torna uma fabricação mais sustentável.

            Beleza, mas aonde está o problema? A problemática disso tudo está justamente na forma de fabricação. O custo de fabricação de uma peça sustentável no Brasil é alto. O diferencial de uma marca Fast Fashion e de uma Slow Fashion que atende os quesitos sustentáveis está justamente ai, na precificação. Por exemplo:

Essa blusa de uma marca de Fast Fashion, feita de 100% Poliéster, que é um material bastante utilizado em fast fashion devido a sua durabilidade e um dos mais prejudiciais ao meio ambiente, pois é feito através do petróleo, é vendido por R$39,00 e pode atingir o preço de R$19,00 em uma liquidação. Esse preço baixo, geralmente, se da devido a produção em massa.

Já essa regata branca, produzida por uma marca de Slow fashion, composta por 98% de algodão e 2% de elastano, é vendida por R$149,90. De acordo com a Politica de Preço Aberto da marca, esse preço final é formado da seguinte forma. R$67,05 corresponde ao custo de produção (matéria prima, funcionários,infraestrutura, R$37,47 é para a administração da marca, R$22,48 para comunicação de marketing e R$22,48 de lucro/reinvestimento.

Toda essa forma de produção ética e consciente faz com que o produto se torne caro aos olhos de grande parte da população brasileira, que acaba optando por uma moda menos cara. Infelizmente não há muito o que fazer no momento referente a isso, uma vez que o ciclo inteiro de produção de matéria-prima para as peças ainda não é saudável, acredito até que tecidos sustentáveis são intencionalmente menos acessíveis para que as fabricantes de roupas optem pelos tecidos menos sustentáveis e fortaleçam industrias como a petrolífera, por exemplo, talvez seja uma teoria da conspiração, mas isso é assunto para uma outra matéria. No começo do texto eu cito que o consumo sustentável é inviável para muita gente, mas por que?

            Nós vivemos em um país onde 6,7% da população vive em extrema pobreza, tendo que sobreviver com cerca de R$178,00 por mês (Dados do IBGE pré pandemia do Covid-19). Algumas pesquisas apontam que possivelmente a pandemia vai elevar esse percentual para 7%. Sim, isso é um cenário extremo do pais, mas trazendo argumento para uma realidade mais próxima de quem está lendo esse texto, digamos que um jovem classe média está no seu segundo ano de faculdade, ele faz estagio e ganha um auxilio de R$1.250,00. Metade desse valor vai para a mensalidade da faculdade, porque infelizmente ele não conseguiu ingressar em uma universidade publica e também não possui condições de pagar um valor alto na faculdade, depois ele ajuda um pouco com as despesas de casa e resta R$200,00 para ele viver sua vida. Você acredita que comprar uma regata de uma marca sustentável por R$150,00 vai ser sua prioridade?

Consumir de forma que prioriza o meio ambiente é uma atitude privilegiada. Ainda a grande maioria da população brasileira não tem o consumo sustentável como prioridade, porque simplesmente não podem.

            “Ah Caique, mas e o consumo sustentável através de brechós?”

            Eu acreditei também, por um bom tempo, de que brechós eram acessíveis para todos, porque sempre tive fácil acesso a vários e também sempre tive um corpo padrão. Se eu queria encontrar uma calça, eu tinha varias opções, por exemplo.

Ai vi que existem varias outras camadas de privilégios no consumo em brechós. Em conversa com alguns amigos, vi que isso não é uma realidade de todos. Muitas pessoas não tem brechós disponíveis sempre, porque não moram perto de um e não conseguem se locomover até um local que tenha, seja por dinheiro ou tempo.

Algumas, quando tem acesso aos brechós, não encontram peças que servem nos seus corpos. Pessoas com um corpo gordo provavelmente encontrarão dificuldades em encontrar peças em grande parte dos brechós que frequento, então embora seja uma excelente opção para um consumo sustentável, também não é uma realidade para todos.

Meu discurso de que precisamos encontrar uma jeito de consumir de uma forma mais saudável continua, mas precisamos ter consciência de que cada um precisa adaptar pra sua realidade e não podemos, de forma alguma, criticar alguma atitude sem nos colocarmos no lugar do outro, está tudo bem termos prioridades diferentes. O futuro próximo que eu acreditava estar chegando para a moda sustentável, talvez não seja tão próximo assim, mas as ideias estão sujeitas a mudanças e se houver alguma, eu volto aqui para compartilhar com vocês.

            Se você busca um consumo mais consciente adaptado a sua realidade, na Matéria O Real Propósito do Consumo Consciente que escrevi aqui para a Galpão Mag eu conto um pouco sobre como inserir esse hábito.

Até a próxima,

Caíque.

O que continuaremos vendo no street style de Primavera Verão

Por Caíque Jota

Já tivemos que dar tchau para o Inverno (na base do chute né, porque do nada começou a fazer 40 graus)e entramos na Primavera. No Mundo da Moda a troca de estação significa uma Troca de Guarda-roupa, mas calma, não é no sentido literal! Você não vai jogar todas suas roupas fora, fica tranquilo. Devido a fatores como a temperatura, é necessário que haja algumas mudanças e que você se adeque ao momento do ano e por isso essa “troca de guarda-roupa” se faz, de algum modo, necessária e com essa necessidade vem um estudo de tendências do mercado.

Refletindo o cenário mundial atual (pandemia), a indústria da moda precisou se adequar ao momento e as tendências que tinham sido projetadas anteriormente acabaram se alterando um pouco. Agora essa nova Estação busca entregar algo a nova realidade, então veremos muitas peças que transmitem simplicidade, conforto e versatilidade.

Diferente da estação passada, que tínhamos cores e materiais mais pesadas, nessa as cores vão se abrir. De acordo com a WGSW, que realiza estudos de tendências, a Primavera/Verão 2020/21 será pautada em varias cores, entre elas o Amarelo Manteiga, o Sorvete de Manga, Azul Atlântico, Azeite e Flor de Orquídea.

Tendo essas cores como base, a indústria aposta em diversas tendências de roupas, algumas já estão presentes na vida dos fashionistas e virão apenas com pequenas alterações, outras serão novidades.

Roupas Utilitárias e Loungewear

Lembra que disse sobre a adaptação a nova realidade mundial? Então, tendo isso em vista, veremos muitas peças que serão ideais para trabalhar de casa visando conforto, mas também possibilitem você sair se for necessário.

Alfaiataria e Wall Street Style

O básico chique reinará nessa temporada. Veremos muitas peças em alfaiataria, teremos ainda as peças com pegada vitoriana, babados e afins e também o Wall Street Style retornará. Para quem não sabe, o Wall Street Style foi uma forte tendência dos anos 80 e visava o empoderamento feminino, tendo peças como o blazer mais estruturado, com a  cintura marcada e ombreiras.

Tie-dye

Pois é, o tie dye vai continuar ai por mais uma temporada, mas com desenhos e estampas fugindo daquele estilo tradicional, trazendo uma inovação para as peças.

Listras e Xadrez

Assim como o Tie-dye, as listras e o xadrez estão ainda presentes, mas com uma pegada diferente, presente em conjuntos, vestidos e com padronagens inovadores.

Tecidos de Fibras Naturais

Em temporadas mais quentes é normal que a valorização por tecidos naturais aumente, porque quando o tecido é feito com fibras naturais, ele proporciona um frescor maior, então veremos muitas peças em linho, seda e algodão.

Estampas Tropicais e Animal Print

Não existe Primavera/Verão no Brasil sem estampas tropicais, né? Já é uma lei natural do mundo fashion a galera usar varias estampas nessa temporada e em 2020 não poderia ser diferente. Além das estampas tropicais, também veremos bastante animal print e a minha sugestão é que você saia do tradicional oncinha e se jogue em estampas de girafa ou zebra pra se destacar.

Por hoje é isso, espero que tenham curtido e se você já estiver afim de se entregar a alguma tendência, deixe no comentário quais ☺

#LookALook – Personagens De Euphoria Para Se Inspirar

Por Thiago Medrado

Ainda muito viciado em Euphoria, sim! Trouxe dessa vez looks dos personagens – Ganhadores do Emmy – para nos inspirar. Entendendo um pouco do estilo em um top 5 e como segui-lo, espero que saiam daqui inspirados.

5. Nate Jacobs (Jacob Elordi)

O estilo do Nate é uma das caracterizações do Jacob e equipe de figurino para imprimir uma personalidade ao personagem. As peças tem a medida certa entre o descolado e o casual, o esportivo e o diário. O personagem utiliza de peças que são características para criar essa visão “filhinho de papai”.

4. Kat Hernandez (Barbie Ferreira)

A morena que carrega sangue brasileiro (vindo de sua mãe) não nos decepciona no estilo – Estamos em boas mãos – Barbie junto com sua equipe imprimiram bem a imagem de mulher forte e que sabe seu lugar na personagem, sempre bem vestida, com peças ousadas e até bem “punks” Kat deixa qualquer um com inveja do seu guarda roupa.

3. Maddy Perez (Alexa Demie)

Icônica e memorável. Alexa deu um novo sentindo as comuns líderes de torcida das séries americanas. Conjuntos, cropped, sais (muitas mini sais) e vestidos que deixariam a Cher (Patricinhas de Beverly Hills) em crise.

2. Jules Vaughn (Hunter Schafer)

Está talvez seja a maior ícone fashion da série. Assim como quem a interpreta – A MODELO HUNTER SCHAFER – Jules transborda sua autenticidade para suas roupas. Vestidos e algumas peças que parecem tiradas de um anime (Como a mesma já foi chamada de Sailor Moon em um dos Episódios de Euphoria). Ela faz de suas roupas um movimento de auto aceitação, assim como sua intérprete a personagem pensa em se envolver com moda.

1. Rue (Zendaya)

E em primeiro lugar os looks da nossa Emmy Winner que são as peças chaves para Zendaya sair de looks um tanto brilhantes de uma estrela Disney (No Ritmo) e enfrentar problemas mais adultos. Rue usa peças super despojadas e confortáveis e deixa claro que que bem estar pode sim está atrelado a estilo.

Tricoteen – Quem está por trás do que você veste

Por Bárbara Mandarano

Continuando a série que conta um pouco das historias daqueles que estão por trás das câmeras na produção das nossas roupas, damos sequência e este trabalho tão especial. E hoje o palco é pra nossa veterana Ana Claudia mais conhecida como Cacau, que já segue há oito anos fazendo parte da nossa equipe.

Ana Claudia, 30
Gerente de Produção e Modelista

Confira tudo sobre a história de Kakau na Tricoteen, no vídeo abaixo:

A Moda Através das Décadas

Por Caíque Jota

Se há algo em que todos concordamos no mundo da moda, é que a moda sempre se recicla, quer queiramos ou não. Ao longo de 100 anos, a moda mudou dramaticamente, mas também manteve as tendências do passado muito vivas.

Começando com as tendências de 1950 e mais tarde revivendo em um estilo mais moderno no final dos anos 2000, a moda está em uma onda interminável de mudanças e renascimento.

Para homens e mulheres, a moda está ligada à identidade. Hoje em dia roupas são usadas para nos expressarmos, você é o que você veste. Existem muitas maneiras diferentes de se vestir e estilizar que podem ser inspiradas pela mídia, impressão ou qualquer coisa do passado. Como estamos sei que todos estamos ansioso para 2021 (ninguém mais aguenta 2020), podemos supor uma mudança na moda e nas escolhas da moda em geral, como o fim do tie dye, que amo, mas acredito que ele não vai resistir por muito tempo.

Para alguém entender a moda em seu estado atual, é preciso conhecer e valorizar a história das tendências da moda ao longo das décadas, então bora ver como tudo foi mudando?

1950s

O estilo que dominou essa década no armário feminino foi algo apresentado no fim da década de 40, pelo Christian Dior, chamado “new look”. Durante a década, o modelo criado pelo estilista foi popularizado e se tornou a cara da moda feminina dos anos 50. Já na moda masculina, surgiram nomes como o de Marlon Brando, Elvis Prestley e James Dean, que influenciaram os homens da década a deixarem um pouco de lado a formalidade diário de usar terno e gravata e passaram a usar algo mais despojado, como camiseta branca e jaqueta de couro, estilo esse que teve como inspiração os homens trabalhadores comuns e não a elite que priorizada a formalidade.

1960s

Os anos 60 foram um momento de destaque na história americana. As pessoas mais notavelmente se lembram dessa época por sua contracultura e mudança nas normas sociais usando roupas, drogas, sexualidade e educação, para citar alguns. Francamente, as pessoas queriam sua liberdade individual, e a única maneira de conseguir isso era rebelando-se tanto socialmente quanto artisticamente.

Nesse ano surgiu mais um Movimento Hippie, para mostrar oposição ao sistema e lutar por liberdade. Tie-dye se tornou bem popular, a galera fazia tie-dye em tudo (parece familiar?). As mulheres eram descorajadas a usar calças. Jeans eram considerados inadequados e, portanto, as mulheres usavam saias e vestidos fluidos.

1960 também ficou conhecido como o ano da Gola Alta. Se pensarmos nos dias de hoje, não conseguimos entender como usar uma blusa de gola alta poderia ser um símbolo de rebelião fashion, mas a sociedade da época “cobrada” que os homens usassem gravata ou lenços no pescoço e usar uma blusa de gola foi uma forma de ir contra o que a sociedade pedia.

1970s

Calças de sino, casacos de pele e estampas de flores, os anos 70 foram uma década cheia de mudanças. As mulheres estavam recebendo mais liberdade e liberdade econômica e a exploração do espaço sideral era algo possível.

No que diz respeito ao mundo da moda, as roupas costumavam ser inspiradas na música e nos filmes de Hollywood. Os músicos populares da época eram The Grateful Dead, The Rolling Stones e Led Zeppelin, que levaram a moda a ficar presa no movimento hippie.

A calça boca de sino ainda era a principal tendência associada ao movimento do “amor livre”. Além dessa tendência da moda altamente reconhecível, os cabelos estavam ficando maiores e as cores  mais brilhantes.

Calças estampadas xadrez, mini-saias e qualquer coisa estampada de flores podiam ser encontradas no armário de todos.

1980s

Se houve um momento em que a tecnologia começou a mudar a sociedade, foi a década de 80. O computador para uso pessoal da IBM foi lançado, o primeiro ônibus espacial decolou e a música estava decolando em outra direção com o desenvolvimento de videoclipes.

A cultura popular daquela época girava em torno da MTV, pois era a primeira vez que videoclipes eram lançados. Alguns dos melhores videoclipes dos anos 80 vieram de artistas pop como Michael Jackson, Madonna e Prince. Eles foram vistos em todos os lugares e seu estilo influenciou toda uma cultura.

O início desta década deu continuidade aos estilos de roupas do final dos anos 70 e, no final da década, a moda do heavy metal estava na moda. Algumas tendências de roupas significativas foram ombreiras, jaquetas jeans, calças de couro e macacões.

1990s

Os anos 90 abriram caminho para o mundo da moda, inegavelmente. Movimentos como grunge, rave e hip-hop se espalharam pelo mundo e influenciaram a moda entre as pessoas. Além desses novos movimentos, houve a introdução da televisão a cabo e da rede mundial de computadores.

A cultura popular teve uma influência considerável na moda, principalmente nos anos 90. As pessoas estavam constantemente consumindo mídia por causa da recém-descoberta internet e se mantiveram na moda assistindo e se inspirando em tudo que aparecia, desde vídeo clipes da Nirvana e Green Day, até filme como As Patricinhas de Beverly Hills.

2000s

O novo milênio. Quase tudo neste momento foi influenciado pelo surgimento da Internet. A comunicação estava em alta com smartphones, sites de redes sociais, câmeras e outros dispositivos eletrônicos. A influencia para os fashionistas da época vinham de vários lugares, incluindo os clipes musicais que assistíamos na MTV, até filmes que assistíamos no Disney Channel. Existiam algumas pessoas se inspirando na Kelly Clarkson e outras Rihanna, Britney Spears, Justin Timberlake, J-Lo, Ashley Tisdale. Os anos 2000 foi um ano louco.

2010s

A moda dessa época (basicamente a moda de ontem) está redefinindo as décadas de 1980 e 1990. Muitas tendências da moda permaneceram populares, como moda alternativa e visual grunge. A cultura Hipster também mergulhou no mundo da moda com jeans, cardigans, óculos redondos e camisetas impressas.

Esta década é sobre a representação de diferentes subculturas. Tudo, desde o streetwear hip-hop à moda contemporânea, pode ser visto por qualquer pessoa nas ruas.

A moda dos anos 2010 passou a incluir todos, a distinção de gênero através das roupas começou a caminhar para um lugar onde deixou de ser importante. É mais uma indicação de como a moda mudou ao longo dos anos. À medida que continuamos a crescer como sociedade e economia, a moda também evolui e muda. Segure suas melhores peças porque, até onde você sabe, elas podem ser a tendência mais quente nos próximos anos.

2020s

Que ano louco estamos vivendo. Acredito que ninguém imaginava que esse ano traria uma situação tão diferente do que estávamos acostumados.

Na Moda, todo o cenário foi bastante influenciado pelo vilão principal do ano, a Pandemia do Covid-19. Muitas coisas aconteceram, muitas marcas foram afetadas, muitas lojas fecharam, a doença abalou extremamente todos os setores da economia mundial e obviamente a indústria da moda não ficou fora dessa.

Nesse ano, além de símbolos de movimentos do passado terem voltado, como o tie-dye (literalmente tudo tie dye, como nos anos 60) e as calças mais amplas usadas por ícones como o Harry Styles, que existiram nos anos 70, também inserimos no nosso guarda-roupa, inicialmente por uma questão de saúde, as mascaras, que é um símbolo do combate a pandemia que estamos vivendo.

Muitas empresas viram as máscaras como uma oportunidade comercial e por conta disso muitas pessoas passaram a consumir essa nova peça visando não só a questão da preservação da saúde, mas também o conforto e o visual estético. Ainda é cedo para dizermos o que, de fato, é o símbolo visual fashion dessa década que acabamos de entrar, mas tenho quase certeza que todos vão lembrar desse momento que tivemos que nos adaptar.