MÚSICA E FORMAS DE SE FAZER ARTE

Por Lara Castagnolli

Meu nome é Lara Castagnolli, tenho 19 anos e sou estudante de engenharia florestal. Por incrível que pareça, faço um curso de exatas misturado com biológicas e, no meio disso tudo, tenho um fascínio absurdo pelas matérias humanas. A música, para mim, sempre foi algo muito presente. Meus pais, apesar de não serem músicos, me criaram rodeada de muito som, com influências dos anos 60 à 80, com infinitas variedades de gêneros e artistas.  Dessa forma, graças a eles, cresci e aprendi a apreciar essa arte tão maravilhosa. Em palco, minha primeira apresentação foi em um sarau da escola com treze anos, no qual interpretei uma canção de Maysa Matarazzo, uma cantora maravilhosa que fez sucesso nos anos 60. A partir daí não parei mais. Fiz aulas de violão e conheci pessoas incríveis e talentosíssimas que me inspiraram e me ajudaram a crescer.

Minha bisavó é minha maior influência na família: criou sozinha os três filhos dando aulas de piano em casa. Eu sempre uso seu exemplo e digo, com toda convicção, que a música, e todas as demais artes, são capazes de salvar pessoas, tanto no sentido literal, ao ter uma fonte de renda, como no sentido mais profundo, em relação à saúde mental. As artes, por si só, são formas pelas quais as pessoas podem abstrair da realidade tão caótica em que vivemos e ingressar em um universo paralelo que as tornam livres para serem o que quiserem e interpretarem tudo da forma que acharem mais adequado.

Meu gosto musical é bem variado, mas me sinto especialmente atraída por músicas que transmitem mensagens boas, especialmente aquelas que dizem querer bem alguém, ou que expressem sentimentos e emoções, estas me tocam o coração. A música sempre foi, para mim, uma das mais inteligentes ferramentas de socialização. É uma delícia quando, durante um encontro entre amigos, alguém “saca” um violão do bolso e começa a tocá-lo e, como se instintivo, todos começam a cantar e batucar até onde a criatividade permitir.

Durante a quarentena tenho praticado bastante violão e ando escutando muitas músicas como trilhas sonoras durante meus afazeres. Meu projeto musical atualmente é solo: eu, meu violão, meu quarto e meu irmão e como plateia. Tem sido produtivo para meu crescimento pessoal e para minha saúde mental. Tenho escrito algumas canções também, mas sinto que ainda não é hora de ingressar no mundo autoral, sou bem tímida quando se trata de externalização de sentimentos rsrs.

Quando fazia apresentações em bares e restaurantes, tentava transmitir ao público o mesmo sentimento que tinha ao ouvir pela primeira vez a música que estava interpretando. Canções de personagens que marcaram épocas, geralmente, carregam muito sentimento e poesia, e meu objetivo era justamente fazer com que isso fosse passado para frente. Acredito que, um dia, a música seja valorizada como um dia foi. Na época em que colocar um vinil na vitrola era um ritual diário, e sua prática era muito mais do que simplesmente “escutar”, mas “apreciar” a música em todos os sentidos e detalhes. Por esse motivo, muitas das canções da época do vinil ainda são conhecidas e continuam fazendo sucesso, afinal, são patrimônios culturais que foram extremamente valorizadas pelas antigas gerações. Apesar disso, a produção musical não teve fim, mas sim, uma acentuada mudança. Isso porque a sociedade muda e as músicas, assim como organismos vivos, evoluem e se modificam. Nada é pior ou melhor, cada um seguiu uma “linha de evolução”, sendo todas as vertentes importantes e necessárias para comporem o universo musical que hoje conhecemos.

Lara e Bruno – Translation (Telha Velha #6 /1) – Autoral
Lara e Bruno – Samba de Verão (Telha Velha #6/4)
Lara e Bruno – Blue Moon (Telha Velha #6/2)
Lara e Bruno – Ponta de Areia (Telha Velha #6/3)
Lara e Bruno no DOM Musical da Casa Lebre

Gostaria de agradecer de coração ao Renan por me proporcionar esta oportunidade maravilhosa! Muito carinho por você e por toda a equipe (apesar de não conhecê-los rsrs)! ♥

6 mensagens escondidas, momentos e figurinos em “Black Is King” da Beyoncé

Por Thiago Medrado

No meu post anterior grifei sobre o novo álbum visual da Beyoncé (Black is King) em parceria com a Disney. Ele acabou de ser lançado e está cheio de referências, mensagens escondidas e looks impecáveis, por isso separei alguns para vocês.

Confira agora as referências e histórias por trás de alguns frames do filme:

6. Diversidade religiosa

O filme conta com diversas referências a religião, não só cristã como de vertente africana. Em várias cenas da para ver Beyoncé representando cenas bíblicas, uma crítica concreta ao embranquecimento de personagens, que pela geografia não seriam brancos, mas foram embranquecidos para serem aceitos pela sociedade.

Imagem reprodução (Divulgação)
5. De Lupita a Naomi, celebrações ao povo negro

Está claro que o filme é uma ode a ancestralidade e a vivência negra. Ele celebra os pretos de várias formas, uma delas mostrando seus feitos culturais na atualidade. Lupita (atriz), Naomi (super model) entre outros. Todos com destaque em suas áreas.

Imagem reprodução (Divulgação)
4. Ainda com esse papo de Illuminati?

Sabemos desde “Formation” que Beyoncé está de olho nos boatos sobre ela ser membro do grupo Illuminati. Uma sociedade secreta com fins de dominação mundial. Em seu novo Filme a Bey faz um já conhecido símbolo seu, que representa um diamante, mas para a MKUltra seria o olho de Órus. Aguardo as teorias da conspiração.

Imagem reprodução (Divulgação)
3. Beyoncé racista

Após divulgar imagens do seu clipe Beyoncé foi acusada de racismo. Acredite se quiser, após as fotos do mordomo branco serem divulgadas grupos minoritários falaram da existência de segregação racial. No entanto se observarmos essa é uma avaliação histórica do que os negros passaram. Em qualquer grande museu existe imagens de negros nessas condições, porque não recebem críticas?

Imagem reprodução (Divulgação)
2. Brasil bem representado

Poucas pessoas sabem mais desde a era “Lemonade” Beyoncé trabalha com artistas brasileiros, dessa vez não foi diferente. A dona do mundo – sim porque nós só vivemos nele – Usou peças de uma estilista brasileira (Loza Maleombho), assim como em Formation, em Spirit e outros trabalhos.

Imagem reprodução (Divulgação)
1. Possível novo álbum

Essa é talvez uma das maiores teorias levantadas por fãs. Para os que olham de fora parece algo bem difícil de ser real, mas só fãs vão entender. Hoje em dia existe referência em tudo, como a Taylor Swift, quando os fãs descobriram que ela lançaria novo álbum pelas cores do feed dela no Instagram (sim era real) e consequentemente o nome do álbum em uma mensagem subliminar em um clip. Beyoncé tinha escrito “Here” com a a data 24.09 e no fim 2020. Agora só nos resta aguardar que estamos certos [Risos].

Imagem reprodução (Divulgação)

Espero que tenham gostado da análise, existem outras milhões de referências, mas não vou conseguir abordar todas em um único texto. Comentem, compartilhem, espalhem a informação e lembrem-se – Black is King. 

Lara Castagnolli – Valerie (Cover)

Olá a todxs que assistem à este vídeo! Primeiramente, gostaria de me apresentar: Meu nome é Lara, tenho 19 anos e sempre fui fascinada por música. Escolhi Valerie da Amy Winehouse para gravar porque sempre foi uma canção que me trouxe muita alegria e boas recordações. Lembro-me de momentos nos quais eu e minha mãe, em qualquer viagem de carro, colocávamos no rádio para tocar e cantávamos como se não houvesse amanhã. Espero que vocês sintam essa mesma sintonia e que, ao ouví-la, sintam-se alegres como sempre fico ao escutar!

Lara Castagnolli veste: BLUSA AMPLA MANGA BISHOP de Tricoteen

CONHEÇA ANA K E SEUS NOVOS PROJETOS MUSICAIS

Por Renan Cardoso

Ana K tem todos os motivos para ser TUDO para todos. Ela é luz, leveza e sensualidade ao mesmo tempo. Tem uma voz que encanta, um estilo único que te prende sem esforços. Começou na música aos dez anos, em um dos desfiles produzido por sua mãe Rita Kühnbach, e com uma família muito musical, Ana K teve e tem como referência muitos ícones da música que vão de Tim Maia à Rihanna.

A mãe da musa, Rita Kühnbach sempre a apoiou na carreira, Ana K conta que a mãe a colocava para cantar todos os dias por três horas até acertar a música, a nota, a respiração… ela ainda completa: “Ela sempre acreditou e assim ela plantou uma sementinha essencial em meu coração, que hoje me da força pra não desistir”.

Ana K está prestes a lançar o seu primeiro projeto autoral e já adiantou que seu primeiro EP sai ainda esse ano. Nos últimos dias a musa lançou o single “Open Your Heart” em parceria com a dupla de DJ’s Selva e na última sexta-feira (24/07), lançou o single “Rosa Flor“, em parceira com Ruxell e FRAN.

O single “Open Your Heart” conta com 5 remixes incríveis, já “Rosa Flor” chegou com um clipe impecável e ambos estão disponíveis em todas as plataformas de streaming.

Euzinho como fã número 1 (os outros que lutem), fiz um top 5 com meus covers favoritos dessa fada perfeita, incluindo uma parceria perfeita de Ana K + Tricoteen.

Então solta o dedinho no play e vamos de stream nessa fada.

1. “Apaga a Luz” Gloria Groove & “Needed Me” Rihanna – Ana K (Cover)
2. “Rise Up” Andra Day – Ana K (Cover)
3. Best Part – Daniel Caesar (Feat. H.E.R.) – Ana K (Cover)
4. Sabrina Claudio – Problem With You – Ana K (Cover)
5. TBEP – Where Is The Love? – Ana K (Cover)

Bom, eu poderia colocar aqui todos os vídeos, pois Ana K nunca errou, rainha da música, né mô? Então olha só, da um clique nos links abaixo e confere tu-do sobre essa rainha.

Instagram: https://www.instagram.com/anak/

Canal do Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCxw4XrE2lgM3vBwTyy41Bfw

Ruxell, Ana K e FRAN – Rosa Flor (Clipe Oficial)
Rosa Flor – On Spotify
Open Your Heart – On Spotify

5 fatos absurdos por trás da musa de “Black Effect” da Beyoncé

Exposta como animal, traficada, Sarah Baartman

Por Thiago Medrado

Foto reprodução: Instagram

Olá, Pessoal, Thiago aqui, dessa vez trazer uma história um tanto polêmica e absurda, mas pouquíssimo conhecida – A história de abusos por trás da Sarah Baartman – Pouco conhecida até que a Beyoncé dedicou um verso de uma das músicas, Black Effect,  do seu novo projeto com seu marido “The Carters” a ela. Então hoje em 5 fatos, bem descomplicados, sabia quem foi a Sarah dos quadris cantados na música.

1. Vida cercada de tragédias

Perdendo a mãe aos 2 anos e seu pai ainda na adolescência, Sarah estava em situação de vulnerabilidade e acabou por se casar muito nova.  A união, gerou um filho (que morreu em meses) não durou muito pois seu marido foi morto por colonos.

2. Traficada aos 15 anos devido o tamanho da bunda

Sarah viveu em um período de opressão e de visões conturbadas sobre a cor da pele (não que isso tenha mudado muito). Foi traficada, ainda nova pelo seu então “Patrão”  pelas suas “medidas anormais”, medidas de glúteo essas comuns para as garotas onde nasceu.

3. Exibida como animal na Europa

Sarah desde sua chega à Europa foi tratada de forma desumana. Ela era exibida para cientistas sempre pelada, os mesmo tocavam sua bunda e genitálias. Registra-se que pessoas podiam pagar para ver a mulher com medidas exóticas de forma privada.

4. Vítima do Eurocentrismo

Baartman foi vendida para um dono de circo também na Europa. Suas medidas não seriam tão admiráveis hoje, mas naquele período (como hoje) o padrão europeu predominava e quem não pertencia a ele era vista como “anormal”.

5. Nem a morte impediu os abusos

Aos 26 anos ela veio a falecer, mas nem no fim da vida pode descansar. No final da vida constasse que ela era obrigada a se prostituir. Quando morreu seu corpo ficou com um cientista, dissecou ela, e disse provar que ela tinha genética de primatas. Depois disso seu corpo foi para um museu em Paris e só voltou a África em 2002, isso mesmo exposto até 2002.

Espero que tenham gostado da matéria, indico ouvirem a música, porque ela é perfeita. Beyoncé anunciou um mega projeto com a Disney, um filme sobre a história preta que já conta com um singelo “Black Parade” e com certeza vamos ver a Sarah nele, como já dizem os boatos.

Playlist – OLD BUT GOLD

Por Renan Cardoso

Oi menines, tudo bom? Como vocês estão sobrevivendo sem os “sextou” com os migles durante a quarenta? Por aqui é cada sextou com uma playlist nova e um taça de vinho na mão. [Risos]
Se você também está no time dos bons drinks e som alto, aqui vai uma playlist old but gold que vai desde Madonna a 50 Cent, então solta o playzinho e deixa nos comentários as suas músicas FAV.

TOP 5

5. Gwen Stefani – Rich Girl (Official Music Video) ft. Eve
4. Kanye West – Gold Digger ft. Jamie Foxx
3. Mary J. Blige – Family Affair (Official Music Video)
2. Madonna – Hung Up (Official Music Video)
1. Destiny’s Child – Say My Name (Official Video)

SEGUNDA PELE

UMA ANÁLISE DO FIGURINO DO FILME PSICOSE, DE ALFRED HITCHCOCK

Por Bárbara Mandarano

Psicose (Psycho, 1960), de Alfred Hitchcock, é uma obra que enceta inúmeras possibilidades de reflexão e análise, desde aspectos ligados ao processo criativo e às formas como o público foi atraído para ela, até aqueles que fazem com que o figurino possa ser interpretado, nesse filme, não só a partir de conceitos oriundos do campo da moda, mas de teorias acerca da produção e recepção cinematográfica. Dessa forma, o figurino se estabelece como um recurso que Hitchcock se utiliza para a construção tanto dos personagens quanto do filme, no momento em que as informações são vinculadas pelo vestuário como elementos constitutivos da narrativa, capazes de fazer o espectador se identificar com o que presencia na tela.

Gif: Tumblr

No figurino da personagem Marion Crane, de Psicose, é observada uma forte referência do estilo das criações de Christian Dior. Maria Rita Moutinho e Máslova Teixeira Valença destacam que: “na America, no fim da 2ª guerra, as saias já tinham se tornando mais amplas: havia o desejo de realçar de novo as curvas femininas, e as mulheres sonhavam com saias rodadas dançantes” (MOUTINHO; VALENÇA, 2000, p.144).

Vestido cintura marcada e saia ampla de Marion Crane

Hitchcock foi um dos diretores mais preocupados com a caracterização de suas personagens femininas. Ele dizia a Edith Head, sua principal figurinista, como desejava que fossem as roupas das personagens. O diretor não gostava que as atrizes dessem opinião, mas Edith conversava com as atrizes sem que Hitchcock soubesse, para saber seus gostos e o que as vestiam bem. Assim, ela confeccionou peças que revelavam muitas características das atrizes e não apenas das personagens:

De acordo com LEITE e GUERRA (2002), o figurino é um importante componente na construção da obra fílmica, percorrendo a cena e o corpo do ator ou da atriz, marcando a época, o status social, a profissão, a idade do personagem, entre outros aspectos que visam à comunicação com o expectador. Na construção do figurino, a definição de determinadas roupas, composição e tratamento que é dada a elas indicam, ainda, uma significação, ou seja, conferem sentido ao personagem e ao próprio conjunto o filme. Conforme Umberto Eco:

Porque a linguagem do vestuário, tal como a linguagem verbal, não serve apenas para transmitir certos significados, mediante certas formas significativas. Serve também para identificar posições ideológicas, segundo os significados transmitidos e as formas significativas que foram escolhidas para os transmitir (ECO, 1982, p. 17).

Hitchcock e Edith Head, sua principal figurinista

O vestuário, nesse sentido, é parte de um processo social, no qual é imposto um sistema de classificação de objetos, destacando-se uma série de signos que, na linguagem do traje, possui um significado predeterminado. No cinema, o figurinista se volta para o indivíduo, na verdade, o personagem sobre o qual desenhará a intenção da narrativa. Ao servir-se da moda já existente, o figurinista escolhe e articula os significados que o vestuário pode ganhar a partir das inferências que se realizam entre aquilo que se vê na tela e o que se usa no cotidiano, entre o ficcional e o que se desdobra como convenção, realidade.

Embora Alfred Hitchcock declare que, para ele, em Psicose, o tema assim como os personagens não tiveram tanta importância quanto o lado técnico do filme (HITCHCOCK; TRUFFAUT, 2004, p. 287), é possível perceber certa preocupação sobre a mise-en-scène, no instante em que o cineasta se dedica a escolher cada figurino que os atores usariam durante as filmagens. Essa preocupação com o figurino não só reflete o controle que Hitchcock exercia sobre todas as etapas da produção, mas revela como o desenvolvimento dos personagens estava de acordo com o seu desejo de como deveria ser a narrativa. Conforme Rita Riggs:

Havia uma grande dúvida sobre se Janet usaria lingerie preta ou branca na cena de abertura. E isso durou algum tempo. Tínhamos as duas disponíveis, claro, e só na hora de filmar Hitchcock escolheu: branco para a primeira cena, preto para depois de ela roubar o dinheiro. Isso foi estritamente para o desenvolvimento da personagem. Ele tinha uma obsessão pela coisa da garota “boa‟ e a garota “má‟ (RIGGS entrevistada por REBELLO, 2013, p. 90).

Esse caráter duplo dos personagens, que é um tema recorrente na obra de Hitchcock, pode ser visto como uma valorização do corpo feminino, quando o cineasta vê nas mulheres um reflexo, um desdobramento, da própria trama de seus filmes: “gosto de mulheres que também sejam damas, que reservem o suficiente de si mesmas para manter um homem intrigado. No cinema, por exemplo, quando uma atriz quer transmitir sensualidade, deve assumir um ar ligeiramente misterioso” (HITCHCOCK, 1998, p. 123). A aura de mistério emanada pela figura feminina não tem como alvo somente o personagem masculino com quem ela se aventura, mas também o espectador, para o qual ela se dirige de forma sutil, seja ao atrair o olhar masculino daqueles que estão na platéia, seja ao funcionar como uma espécie de ideal de sofisticação para as mulheres que lá estão. A forma como Hitchcock concebe as mulheres, em seus filmes, possui semelhança com a reflexão que Charles Baudelaire faz sobre a relação entre elas e a maquiagem:

A mulher está perfeitamente em seu direito e cumpre até uma espécie de dever esforçando-se em parecer mágica e sobrenatural; é preciso que desperte e que fascine; ídolo deve dourar-se para ser adorada. Deve, pois, colher em todas as artes os meios para elevar-se acima da natureza para melhor subjugar os corações e surpreender os espíritos (BAUDELAIRE, 1995, p. 875-876).

A beleza exaltada como artificialidade encontra nos filmes de Hitchcock essa aura de sobrenatural, da qual nos fala Baudelaire, e mistério, que a narrativa cinematográfica constrói a partir da noção de suspense. Nesse sentido, se uma das definições de suspense se baseia nas informações que são passadas para o espectador⁴, o figurino só vem a corroborar para que elas, ao mesmo tempo, se sustentem como um coeficiente de realidade, ou seja, compactuem uma identidade visual com espectador, e possibilitem neutralizar a descontinuidade elementar provocada pela montagem (XAVIER, 2005, p. 24). A não ser que ocorra um erro de continuidade, o espetador tem a expectativa de que o personagem, pelo menos durante a sequência em que aparece, usará a mesma roupa.

4 Ao marcar a diferença entre o suspense e a surpresa, Hitchcock, nas entrevistas concedidas a François Truffaut, assim define uma das características do suspense: “onde se conclui que é necessário informar ao público sempre que possível, a não ser quando a surpresa for um twist, ou seja, quando o inesperado da conclusão constituir o sal da anedota” (HITCHCOCK;TRUFFAUT, 2004, p. 77) 

Artigo completo disponível da Revista Relici:

http://www.relici.org.br/index.php/relici/article/view/189

Coisa Mais Linda

Por Ana Beatriz de Castro Fonseca

Dos criadores Giuliano Cedroni e Heather Rot com a segunda temporada em exibição na Netflix, não faltam motivos para assistir a carioquíssima e brasileiríssima Coisa Mais Linda; a série veio em um ótimo momento, com tantos acontecimentos marcantes dos últimos meses. Coisa mais linda nos lembra que algumas lutas são antigas e ao mesmo tão atuais.

Foto: Netflix

Com narrativa simples e gostosa, a série se passa no final dos anos 50 e começo dos anos 60 e trás na trama o cotidiano de 4 amigas, cada uma com suas dificuldades e lutas. Além do direito das mulheres, rascismo e corrupção, o elenco é repleto de verdadeiros artistas da dramaturgia brasileira como Maria Casadevall (Malu), Pathy Dejesus (Adélia), Mel Lisboa (Thereza), Fernanda Vasconcellos (Lígia), Larissa Nunes (Ivone), Leandro Lima (Chico), Ícaro Silva (Capitão), entre outros.

Coisa Mais Linda possui uma estética impecável com uma cenografia de dar vontade de estar nas noites cariocas da década de 50/60. O figurino é uma paixão a parte, a perfeição nos detalhes desde as roupas aos cabelos perfeitos e elegantes, trazem todo um charme para a trama, assim como o clima boêmio.

Foto: Netflix

Com narrativa voltada para a vivência da vida das mulheres, Coisa Mais Linda chegou de mansinho e com um jeito todo particular e nacional – característica a qual não posso deixar de destacar – e trata de assuntos relevantes atualmente com um diálogo simples como deve ser, sem intimidar aos telespectadores com tais assuntos. O jeitinho leve e aconchegante encanta todos trazendo reflexão de todos os âmbitos.

Coisa Mais Linda leva nossa atenção para os absurdos que aconteciam no passado, reforça a importância que foi a luta das nossas antepassadas, nos ajudando a relembrar que temos um caminho longo para percorrer e que somente com a luta e união das mulheres agora conseguiremos ver o progresso no futuro.

Além da estética, figurino e todo jeitinho carioca, a trama é envolvida em muita música: exatamente tudo de mais maravilhoso junto e, por isso, além dessa série inspiradora, indico uma playlist do seriado que é minha atual paixão.

Foto: Netflix

Finalizo com uma frase ou talvez um conselho de Thereza (Mel Lisboa) para Malu (Maria Casadevell)

“Cuidado hein, não há nada mais perigoso para uma mulher do que COMODIDADE.”

Thelma e Louise

Thelma e Louise é um filme americano de 1991, dirigido por Ridley Scott e escrito por Callie Khouri, estrelado por Susan Sarandon e Geena Davis, o longa que marcou história é referência de protagonismo feminino e serve de inspiração até hoje.

Por Bárbara Mandarano

Fonte: Divulgação/MGM

Um clássico do cinema lançado há quase trinta anos, vencedor do Oscar e Globo de Ouro como Melhor Roteiro de 1992 entre outras premiações, reflete questões importantes e atuais com uma história que ergue as bandeiras feministas, liberdade, traz diálogos inteligentes e mais do que isso, destaca e representa a angústia e sofrimento de muitas mulheres. O filme retrata a vida de duas mulheres e amigas, ambas com personalidade forte que juntas vão se completar vivendo uma aventura emocionante com muita parceria e sororidade.

Fonte: Giphy.com

Louise é garçonete e Thelma dona de casa, cansadas da monotonia de suas vidas elas resolvem deixar tudo pra trás e pegar estrada. Durante a viagem elas se envolvem em um crime e acabam fugindo para o México, mas não ficam livres da perseguição da policia.

O filme apresenta situações como opressão no lar, violência contra mulher e abuso sexual. Louise desde o inicio é bem resolvida, empoderada e mente aberta, já Thelma a típica mulher submissa e controlada pelo marido machista e sem caráter, juntas formam uma amizade verdadeira mesmo tendo grandes diferenças.

Ao longo da trama elas vivenciam muitas aventuras e reviravoltas, os laços de amizade e respeito se estreitam ainda mais e as diferenças vão sendo superadas, Thelma aprende a ser tão forte quanto Louise e Louise por sua vez entende que alguma leveza não faz mal a ninguém.

Fonte: Giphy.com

Thelma e Louise representaram um marco para as mulheres da geração dos anos 90 e deixam um legado para as gerações seguintes, o longa não se trata só de uma simples amizade, vai muito além, é sobre a amizade inabalável entre duas mulheres e a liberdade feminina. Duas mulheres fortes que superam suas angústias e traumas em busca da felicidade.

É necessário pedir licença para um spoiler, mas não seria possível concluir esse texto sem dizer que não é possível pensar que o que aconteceu com elas foi um suicídio, Thelma e Louise nunca vão estar mortas, elas eram livres e vivem dentro de cada mulher.

Fonte: Giphy.com

Para se inspirar no estilo 90’s de Thelma e Louise

5 FILMES E SÉRIES SOBRE A HISTÓRIA DOS PRETOS

Por Thiago Medrado

Olá Gente, sou eu, Thiago Medrado :), a pedido da Tricoteen, dessa vez com uma nova proposta à apresentar mas com um assunto que desde o último post, dias atrás, continua pertinente, na verdade pertinente desde séculos atrás, gerações atrás – Racismo. Porque tem muita gente que crê que não é mais a mesma coisa, mas ele está presente no século XXI também. A gente crê que não existe mais tronco para o negro, mas na verdade “o tronco” existe, só não mais como o conhecemos. Por isso separei 5 filmes e séries (maioria da Netflix) que vão ensinar e sensibilizar vocês com o #BlackPower, trazendo um conhecimento sobre a vida dos pretos de forma leve e descomplicada .

Obrigado, Tricoteen, por mais uma vez nos dar voz de uma forma tão linda e sensível, trabalho de ouro. No demais, Entrem nessa jornada, apreendam, coloquem em prática e compartilhem. Até a próxima pessoal! ♥

  • 1 – Todo Mundo Odeia O Chris
  • 2 – Olhos Que Condenam
  • 3 – Cara Gente Branca
  • 4 – A 13ª emenda
  • 5 – Corra