Por que Orgulho?

Anualmente no mês de junho é comemorado o PRIDE month (Mês do Orgulho LGBTQIA+), mas você sabe o porquê?

Por Renan Cardoso

Muito se fala sobre 28 de junho de 1969, onde aconteceu a Revolta de Stonewall, ocorrida no Stonewall Inn, bar gay localizado em Nova York, nos Estados Unidos, onde ocorreram confrontos violentos entre ativistas dos direitos gays com policiais. Na época, na cidade de Nova York, não era concedido licença a bares que serviam gays, o que permitiu a entrada da polícia com um mandado. Essa revolta contou com 13 prisões e uma delas foi a de Marsha P. Johnson, nome importantíssimo e fundamental para a resistência da revolução Queer. O movimento pelos direitos gay não se iniciou com essa revolta, os ativistas já se organizavam pelo menos desde a década de 1920 na Alemanha, mas foi a Revolta de Stonewall que estimulou e acelerou um maior movimento da comunidade gay, provocando forte ativismo político pelos seus direitos.

O mês do Orgulho LGBT foi criado nos Estados Unidos em 1994, pelo historiador Rodney Wilson, sugerindo que a história LGBT precisava de um mês dedicado ao seu estudo. Tudo começou com a representação Lésbica e Gay, posteriormente com maiores debates e discussões foi acrescentado o bissexualismo. Ao longo dos anos a sigla foi ganhando mais representações e hoje é LGBTQIA+.

A primeira marcha do Orgulho em Nova York foi realizada um ano após a Revolta de Stonewall, em 28 de junho de 1970, comemorando o aniversário de um ano do acontecimento. Brenda Howard, ativista americana dos direitos bissexuais, feminista e poliamorista, foi um nome importante para o movimento LGBTQIA+ sendo creditada como “a mãe do orgulho”, ela ainda foi uma das peças fundamentais no planejamento da Semana do Orgulho Gay e a Parada do Dia da Libertação da Christopher Street (rua onde fica localizado o Stonewall Inn), fazendo com que isso se transformasse na marcha anual do Orgulho de Nova York e consequentemente evoluindo para as atuais comemorações que acontecem em diversos locais do mundo nos dias de hoje.

A bandeira de arco-íris, a mais usada para representar toda a comunidade LGBTQIA+, conta com oito cores, e cada uma tem o seu significado (rosa para sexualidade, vermelho para vida, laranja para saúde, amarelo para o sol, verde para natureza, azul para a arte, índigo para harmonia e violeta para o espírito). A bandeira foi desenvolvida por Gilbert Baker em 1978, um artista estadunidense e ativista dos direitos LGBTs a pedido de seu amigo Harvey Milk, também ativista, norte-americano e primeiro homem abertamente gay a assumir um cargo público na Califórnia. Dentro da política a comunidade LGBTQIA+ já teve grandes reconhecimentos de lideranças mundiais, porém no Brasil a história é diferente, o país segue na lista como o país onde mais se mata LGBTs no mundo.

Junho de 2020 é a marca do 50º aniversário das comemorações anuais do Orgulho LGBTQIA+, além de comemorar também é necessário manifestar e se conscientizar politicamente sobre as questões que envolvem essa luta que representa uma comunidade forte que só quer o direito de viver livremente em paz.

Imagens de uma das primeiras manifestações do Orgulho Gay, a primeira Parada do Dia da Libertação da Christopher Street, realizada em Nova York, em 28 de junho de 1970, para comemorar o primeiro aniversário dos motins de Stonewall.

Consultados:

Preta, Drag, Marsha.

Conheça a Ativista em 5 fotos e momentos

Por Thiago Medrado

Agora é definitivo, eu Thiago Medrado entrei para a Galpão Mag e estou aqui mais uma vez, trazendo um conteúdo bem informativo a vocês, tanto de acordo com o mês do orgulho como das lutas atuais contra o racismo, e hoje será sobre a – Marsha P. Johnson – Muitos falam do quão Malcolm, como gostava também que se fosse referida as vezes, foi importante para o movimento LGBTQIA+, mas poucos sabem que dentro do próprio movimento a própria sofreu preconceito, esse será meu papel dividir com vocês 5 momentos que contam a história de Marsha e de todo seu legado.

  1. Marsha e sua amizade com a Sylvia Rivera

Amiga, confidente e acima de tudo “irmã de guerra”. Impossível falar de Marsha sem relembrar sua Amizade com Sylvia Rivera, ativista trans que trabalhou em conjunto com Marsha durante toda sua vida e história de luta pelos direitos LGBTQIA+.

Marsha e Sylvia em caminhada pelos direitos LGBTQIA+

2. Marsha e sua história com o bar Stonewall Inn. 

Esse foi o momento inicial da militância de Marsha e Sylvia, durante uma invasão policial no bar, destinado a gays, Johnson e sua amiga estavam cansadas da situação que era constate e decidiram naquele momento reivindicar. Marsha foi a primeira a contestar a ação, não sabendo ela que sua atitude desencadearia em um movimento gigante, que culminou na primeira parada LGBTQIA+.

Movimentação em Stonewall após ato de Marsha contra os polícias e que cominou em um acampamento de 6 dias finalizando com a marcha LGBTQIA+

3. Marsha e o preconceito dentro da própria comunidade

Johnson assim como Sylvia, deixaram inúmeros vídeos documentais ou registros, onde as mesmas comentavam ou registavam o preconceito, com os transgêneros e Drags, dentro da própria comunidade gay. O próprio bar onde tudo começou, mesmo sendo gay, não aceitava transgêneros, além da própria parada onde as mesmas foram colocadas como último escalão e impedidas de discursar.

Marsha e Sylvia na parada Gay

4. Marsha suas lutas e feitos

Johnson e sua amiga Rivera, deixaram um legado não apenas por estarem em paradas lutando por direitos. As duas, criaram a “STAR HOME”, uma casa de apoio para transgênero sem casa com o intuito de tirarem eles desta situação. Também era muito comum encontrá-las panfletando formas de prevenção durante o surto de AIDS. Marsha se negava a conseguir um emprego, a mesma falava que só trabalharia quando o estado respeitasse os transgêneros como pessoas. (Se ela fosse brasileira até hoje não estaria trabalhando, sendo nosso país o que mais mata transexuais).

Marsha como era conhecida, até mesmo pela comunidade hétero pelo seu sorriso e alegria

5. Marsha, Moda e Reconhecimento

Marsha assim como outras mulheres afro-americanas, esbanjava looks cheios de referência, muito colorida e com plumas, Johnson deixou muitas referências Drags. Não teve reconhecimento enquanto viva, o seu maior feito foi ser fotografada por Andy Warhol, as fotos seriam usadas em uma exposição, no entanto a mesma não pode assistir a exposição de suas fotos pois não eram permitidas Queens ou transgêneros no museu onde aconteceria o evento.

Fotos de Marsha para exposição de Andy, sobre transgêneros

Espero que tenham gostado do conteúdo, continuem se informando, deixo para vocês a dica de um documentário sobre a vida da Marsha – Morte e vida de Marsha P. Johnson (Netiflix). Esse foi o post de hoje, fiquei com Deus e em casa, abraços.